[encerrado] CURSO ONLINE | cinema queer brasileiro

com Daniel Nolasco e Henrique Rodrigues Marques

Cena do filme República dos Assassinos, 1979

Cena do filme República dos Assassinos, 1979

SOBRE O CURSO

Partindo de um panorama histórico, o curso pretende refletir sobre representações queer de gênero e sexualidade no cinema brasileiro, do cinema mudo ao contemporâneo. Seguindo um trajeto cronológico, em cada aula será abordado um tema tendo como base um ou mais filmes da produção nacional.

Um dos objetivos do curso é mostrar através das análises e discussões sobre os filmes nacionais como as discussões sobre o queer sempre estiveram presentes ao longo da cinematografia brasileira. 

CONTEÚDO

  • Aula 1: O que é um filme queer?

    Nesse primeiro encontro estabeleceremos os fundamentos conceituais que guiarão o curso. Através de um breve panorama teórico, explicaremos o que é e como surge a teoria queer, sua transcrição para os estudos culturais e sua consolidação nos estudos cinematográficos. 

  • Aula 2: Primeiras dissidências: presenças queer no cinema mudo e chanchada

    Cobrindo as primeiras décadas do cinema brasileiro, esse encontro abordará o processo de reivindicação do cineasta Mário Peixoto enquanto um autor queer e os subtextos homoeróticos presentes em seu filme mais celebrado, Limite, filme mudo e experimental tido por muitos como primeira experiência queer do nosso cinema. Chegando às chanchadas, analisaremos as representações cômicas dos homens afeminados e da transgeneridade farsesca. 

    Filmes: Limite (Mário Peixoto, 1931) e Alô, alô Carnaval (Adhemar Gonzaga, 1936), Carnaval Atlântida (José Carlos Burle, Carlos Manga, 1952)

  • Aula 3: O menino e o vento

    Chegando ao cinema moderno, analisaremos o estudo de caso do filme O menino e o vento, de Carlos Hugo Christensen, de 1967, um ponto fora da curva na produção do período. Discutiremos como o filme destoa das representações de sexualidade dissidentes do período e como sua abordagem transgressora do tema se apresenta potente até os dias de hoje.

    Filme: O menino e o vento (Carlos Hugo Christensen, 1967)

  • Aula 4: O novo, o marginal e o transviado

    Nesse encontro nos debruçaremos sobre os movimentos de vanguarda das décadas de 1960 e 1970, o cinema novo e o cinema marginal. Analisando algumas obras canônicas de cada vertente, buscaremos entender como cada uma lidava com representações de gênero e sexualidade. Dando destaque para a performatividade queer do Paulo Villaça.

    Filmes: Copacabana, mon amour (Rogério Sganzerla, 1970), A Margem (Ozualdo Candeias, 1967) e O Anjo Nasceu (Júlio Bressane, 1969)

  • Aula 5: A bicha e o bofe: o queer na pornochanchada

    Partindo para um cinema de cunho popular, nesse encontro iremos tratar das representações de homossexualidade na pornochanchada. Analisando as diferentes dinâmicas das sexualidades dissidentes que eram recorrentes nos filmes desse gênero. 

    Filmes: Giselle (Victor di Mello, 1980); Um Pistoleiro Chamado Papaco (Mário Vaz Filho, 1986); Extremos do Prazer (Carlos Reichenbach, 1984); Sexo dos Anormais (Alfredo Sternheim, 1985)

  • Aula 6: Estados de exceção

    Em uma análise mais panorâmica, nesse encontro abordaremos alguns filmes das décadas de 1970 e que colocam personagens e temas queer em representações que não eram o comum para a época e que, muitas vezes, são transgressoras até para os dias de hoje. São obras difíceis de serem encaixadas em um contexto generalizado e merecem atenção especial.

    Filmes: República dos assassinos (Miguel Faria Jr, 1979), Os Imorais (Geraldo Vietri, 1979) e Aqueles dois (Sergio Amon, 1985)

  • Aula 7: A juventude oitentista

    Chegando ao cinema da década de 1980, abordaremos como uma jovem geração de cineastas, muitos deles oriundos de cursos de cinema, trouxe as discussões de sexualidade e gênero para o âmbito da experimentação e rebeldia. Analisando obras de cineastas como Ana Carolina, Adélia Sampaio, José Antônio Garcia e Ícaro Martins, assim como o movimento conhecido como neon realismo, buscaremos compreender como o contexto de modernidade proporcionado pela redemocratização influenciou nessas representações.

    Filmes: Onda nova (Ícaro Martins e José Antônio Garcia, 1983); Anjos da noite (Wilson Barros, 1987) e Amor Maldito (Adélia Sampaio, 1984)

  • Aula 8: A retomada queer

    Após um hiato durante a década de 1990, a virada do milênio permitiu uma forte revitalização do cinema nacional. Dentre os filmes desse período, Madame Satã, de Karim Aïnouz é um marco em nossa produção. Nesse encontro, analisaremos como esse filme institui uma nova era para o cinema queer brasileiro e sua forte influência na consolidação de uma produção LGBT constante no país.

    Filme: Madame Satã (Karim Aïnouz, 2002)

  • Aula 9: O cinema queer brasileiro hoje

    Com o surgimento de novos cursos de cinema em universidades públicas pelo Brasil, assim como editais e leis de incentivo dedicadas a atender demandas regionais, as décadas de 2000 e 2010 permitiram o surgimento de muitas novas vozes em nosso cinema. Olhando principalmente para a produção de curtas-metragens, essa aula será dedicada a entender o atual momento do cinema queer brasileiro.

    Filmes: Curtas do coletivo Surto e Deslumbramento, Negrum3 (Diego Paulino, 2018) e  Tea for Two (Julia Katharine, 2018)

  • Aula 10: O cinema queer brasileiro: futuro.

    Voltando o olhar para produções independentes e experimentais, nesse último encontro buscaremos identificar algumas tendências e caminhos possíveis para o cinema queer brasileiro dos próximos anos, nesse momento de crise na indústria cinematográfica e cultural. Dedicando atenção à influência da pós-pornografia na produção queer brasileira, refletiremos sobre o que pode ser transgressor na contemporaneidade.

    Filmes: Latifúndio (Érica Sarmet, 2017), X-manas (Clarissa Ribeiro, 2017) e Nova Dubai (Gustavo Vinagre, 2014)

SOBRE OS PROPONENTES

Daniel Nolasco é bacharel em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal Fluminense e em História pela Universidade Federal de Goiás. Escreveu e dirigiu mais de nove curtas-metragens, exibidos e premiados em vários festivais nacionais e internacionais. Seu primeiro longa-metragem documentário é “Paulistas” (2017), fez sua estreia no Dok Leipzig. Seu segundo documentário é “Mr. Leather” (2019), exibido em mais de trinta festivais como BAFICI, Frameline, Montreal International Documentary Festival, FicViña Viña del Mar. “Vento Seco” seu primeiro longa-metragem de ficção estreu na Berlinale 2020 e foi exibido em mais de 40 festivais internacionais. 

Henrique Rodrigues Marques é mestre pelo Programa de Pós-graduação em Multimeios, no Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) como bolsista CAPES. Graduado no curso de Bacharelado em Imagem e Som pela Universidade Federal de São Carlos, onde desempenhou Iniciação Científica como bolsista CNPq e participou do programa Jovens Talentos para Ciência, pela CAPES. Além de pesquisador, atua como curador, tendo trabalhado para festivais como a MOSCA - Mostra Audiovisual de Cambuquira, RECIFEST: Festival de Cinema de Diversidade Sexual e de Gênero de Recife e Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo (Kinoforum). Tem experiência na área de Cinema, atuando principalmente nos seguintes temas: cinema queer, cinema brasileiro, cinema de gênero, ficção especulativa, road movie e cinema contemporâneo. 


INFORMAÇÕES

datas: 17 e 24 de Junho, 01, 08, 15, 22 e 29 de Julho, 05, 12 e 19 de Agosto de 2021

horário: Quintas-feiras, das 19h às 21h

carga horária: 10 encontros de 2h cada / 20h totais

acesso: Utilizamos a plataforma Zoom® para os encontros virtuais; o link para acesso é enviado no dia anterior ao início das aulas. Cadastre gratuitamente pelo site ou baixe o App Zoom.

investimento: R$ 2x 300

vagas limitadas


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