holofote • leonardo yorka

Por Wagner Olino

Publicado em 13 de Março de 2021

“Às vezes, eu tenho até dificuldade de me intitular como artista, ou como designer, ou como ilustrador porque eu acho que limita, apesar de definir, limita”.  A frase é de Leonardo Yorka, artista curitibano de 23 anos formado em design gráfico pela UFPR, mas que se declara “um pouco autodidata” quando a questão são as artes visuais. Do início solitário no grafitti até as recentes pinturas de paisagem, a produção do artista trilha um caminho inusitado, cheia de escolhas curiosas. Sem avisos, é bem possível que você fique em dúvida se essa produção na verdade não pertence a dois ou mais artistas. Essa versatilidade foi algo que me chamou a atenção nas pinturas dele, e quando o questiono quais artistas o influenciam, a lista, como se pode esperar, é um tanto quanto singular. Entre nomes consagrados como os de Francis Bacon, Leon Golub, Guignard e Gauguin, surgem os nomes de Fábio Zimbres, Pedro Saci, SKOLA e Bernardo França, assim como o de seu conterrâneo Marciel Conrado. Porém, a sagacidade de Leonardo não é infalível, e desta forma, ele me confessa que às vezes tenta separar as coisas gráficas da pintura, mas que no fim, “elas estão muito juntas”. O gosto por trabalhar exaustivamente as miudezas e pequenas nuances da imagem, o interessam tanto quanto chegar a certos resultados por acidente. E, assim, ele me confidenciou que na ilustração e no design “existe um lance de controle que direciona o resultado da imagem para algo que nem sempre é satisfatório”, e que “uma imagem muito carregada, às vezes acaba perdendo a potência que uma imagem simples tem”. Ao esculpir ao máximo um desenho para chegar à forma mais simples dele, Leonardo busca enaltecer a potência do símbolo, da imagem.

Leonardo Yorka vive e trabalha em Curitiba/PR.

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