holofote • pepito

Por Wagner Olino

Publicado em 27 de Março de 2021

Não é fácil apontar quando o coletivo PEPITO surgiu. Podemos, de forma simples e resumida, contar a história de cinco amigos que se reuniram em junho de 2018 para criar e publicar uma zine, a PEPITO vol.1. Mas, ao conversar com eles, percebi que as origens do coletivo datam de muito antes do que isto. Talvez, o inicio seja em 2012, quando, ainda adolescentes e vivendo em diferentes cidades do país, eles começaram a se relacionar através de conversas e postagens pelo Facebook. O interesse mútuo por desenhos animados, memes, animes, RPGs, boy bands, palhaços e montagens estranhas da internet foram pontos importantes de aproximação, além de servirem como referência estética e conceitual para a construção da obra de cada um deles. Neste sentido, entendo os PEPITOs como discípulos de artistas como Jaca e Fabio Zimbres - artistas que conseguiram borrar as linhas que separam o mundo dos quadrinhos e o da arte, e assim, transitaram livremente por entre ambos. As experimentações gráficas e narrativas do desenho, assim como os seus desdobramentos em outros suportes, também são características em comum entre os PEPITOs e os dois artistas veteranos. Para além das questões estéticas, os dilemas derivados de uma certa sensação de não pertencimento parece ser um campo em comum entres os PEPITOs, ainda que cada um deles tenha a sua forma particular de lidar com estas questões. Por estes motivos, acho que a PEPITO parece funcionar muito mais como um grupo - abraçando e criando pontes entre as produções individuais de seus membros - do que como um coletivo que produz em conjunto. De acordo com o Ivo, “a PEPITO meio que simboliza os encontros que a gente tem”, eu concordo.

A PEPITO é: Adônis Pantazopoulos, Flavushh, Julia Balthazar e Ivo Puiupo.

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