parceria | festival imaginária e prêmio FELIFA

 

O Festival Imaginária, iniciativa da editora Lovely House, é um festival de livros de fotografia que tem como objetivo ampliar a visibilidade deste tipo de publicação, oferecendo uma programação de exposições, ciclos de conversas, premiações, oficinas, maratona de edição e feira de publicações voltados exclusivamente ao universo dos fotolivros.

O evento surge com o objetivo de ampliar a visibilidade e a circulação de publicações de arte e fotografia, e também discutir, refletir e fomentar a produção de fotolivros.

A programação acontece dos dias 13 a 17 de julho no Edifício Vera e o Lux Espaço de Arte participa recebendo a exposição do prêmio FELIFA de fotolivros, apresentando as categorias de Melhor Livro, Melhor Edição, Melhor Desenho e Melhor Projeto Gráfico.

FELIFA 2021 - 17ª Edição

Prêmio Internacional FELIFA para livros publicados - melhor livro 2019-2021

MANIFESTO

Um fotolivro é o resultado do trabalho de uma equipe editorial. Para se tornar um livro, um projeto fotográfico deve passar pelas etapas de conceituação, edição e sequenciamento, design gráfico e, por fim, impressão, acabamento e produção gráfica. Todas essas etapas compõem um processo editorial bem compreendido. Leva tempo, diálogo, equipe, sacrifício e, finalmente, o ato mais complexo de todos: a publicação.

O Prêmio International de Fotolivro FELIFA busca destacar essas etapas e analisá-las individualmente. Explicar sua importância e, por sua vez, estudar como o bom trabalho de um fortalece e influencia o resto.

As categorias que compõem este prêmio são as seguintes:

  • MELHOR LIVRO

  • MELHOR EDIÇÃO

  • MELHOR DESIGN GRÁFICO

  • MELHOR PRODUÇÃO GRÁFICA

Júri: Valentina Avenaboli, Ricardo Baez e Verónica Sanchis Bencomo

194 participantes do México, Brasil, França, Alemanha, Áustria, Argentina, Chile, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, Itália, Japão, Peru, Holanda, Polônia, Portugal, Suíça, Turquia, Uruguai.

MELHOR LIVRO

As três categorias (Edição, Design Gráfico e Produção Gráfica) foram aqui trabalhadas em equilíbrio, em prol do projeto fotográfico e sua tradução para o dispositivo do livro.

Melhor livro: A casa que sangra (Peru-México)
Autorx: Yael Martinez
Editores: Musuk Nolte
Designers: Vera Lucia Jimenez
Editora: Edições KWY

MELHOR EDIÇÃO

A edição de um livro constrói a ordem que a narração terá. Como na música, na escrita e no cinema, tudo o que funciona sequencialmente, ou seja, acontece de forma encadeada, orienta o observador e permite que ele encadeie os conteúdos que aquela peça propõe. As decisões de sequência de imagens permitem construir pontes e articular terceiros significados produzidos pela soma das partes (1+1=3). Ao acumular imagens e fazê- las interagir, tensões e ações são projetadas entre elas. Virando a página, as imagens conversam entre si e constroem uma história coral, que começa em um ponto e termina em outro, mas que não é um caminho obrigatório. O editor organiza um tour, e o leitor às vezes decide se perder indo de uma imagem para outra, ligando ideias e formas à sua maneira. Um exercício editorial produtivo permite construir caminhos alternativos, oferecendo sistemas sequenciais mas com espaço suficiente para que quem percebe a peça possa participar dela de alguma forma. O exercício da leitura é o lugar em que se mede a performance dos gestos do editor e onde seu trabalho deve estar sempre centrado.

A decisão de incluir os textos e a ordem que estes tomarão, somada à forma como serão ligados às imagens, é também um elemento chave que a editora tem e deve dominar para articular as vozes do livro e fazer seu pico.

Melhor Edição: Utaki (Brasil)
Autor: Ricardo Tokugawa
Editores: Daniel Salum e Ricardo Tokugawa
Designers: Ricardo Tokugawa, Luciana Molisani + Daniel Salum
Editora: Editora Lovely House

Finalistas

1. TONATIUH, de Juan Brenner, editado pelo autor em conjunto com Claudi Carreras
2. Alvalade, de Federico Clavarino, editado pelo autor
3. Rato Tesoura Pistola, de Pedro Guimarães, editado pelo autor
4. Rodoviária de Brasília, de Joaquim Pavia, editado pelo autor, Rony Maltz e Carolina Cattan
5. Double Portrait, de Cemre Yesil, editado por Gonzalo Golpe

MELHOR DESIGN GRÁFICO

O desenho gráfico propõe o sistema visual e textual que enquadra as sequências e decisões fotográficas do livro. A partir do desenho é que os gestos propostos para a peça editorial acabam por assentar numa matriz gráfica que auxilia, e muitas vezes orienta, a leitura do livro.

Fontes, gráficos, formatos de imagem, disposição das imagens na página, design da capa, créditos e demais decisões cabem ao trabalho do designer gráfico do livro. Como é comum no campo editorial, muitas vezes o designer colabora com a edição ou uma de suas decisões acaba impactando nessa frente, demonstrando que um livro é um sistema complexo, mas interligado. A tarefa que o design enfrenta ao propor a capa do livro não é menor: lembremos que é assim que se apresenta todo o material que a peça contém, e frequentemente, a imagem do livro que mais circula. A capa deve sintetizar os elementos que o projeto contém e ao mesmo tempo conseguir produzir bastante mistério, ou chamar atenção, para que um leitor decida tomar aquele livro em detrimento de outro e acessar o que está dentro. Um livro que não se vê, por mais preciso que seja seu equilíbrio, é um livro que não existe. Por fim, o designer também está diretamente ligado ao processo de produção, tomando decisões de layout que serão cruciais para as possibilidades econômicas e produtivas de um livro.

Melhor Desenho: Cavalo (Holanda)
Autorx: Heleen Peeters
Editores: Heleen Peeters
Designer: Rob van Hoesel
Editora: The Eriskay Connection

Finalistas

1. Flowers for Franco, de Toni Amengual, desenhado por Alberto Salván de 3 Tipos Gráficos
2. La playa de los juguetes perdidos, de Alfredo Blásquez, desenhado pelo autor e Inframundo/HYDRA
3. Matto Grosso, de Raquel Bravo, desenhado por Alberto Salván de 3 Tipos Gráficos
4. Asphyxia, de Candice Feio, desenhado por Lia Assumpção
5. Erna Elena Ania, de Tomasz Laczny, desenhado por Aneta Kowalczyk
6. Formas Fósseis, de Daniela Carbognin, desenhado por Fabio Messias

PRODUÇÃO GRÁFICA

Uma vez decidida a forma e a sequência do livro, é hora de empreender o árduo caminho da produção gráfica. É talvez o mais perigoso dos três segmentos aqui representados, pois um passo em falso pode significar que todo o trabalho realizado e a direção que havia sido pensada para o objeto sofram desvios irreconciliáveis. A produção gráfica inclui papel, formas de encadernação, sistemas de impressão (offset, risografia, offset digital, jato de tinta, para citar os tradicionais) e muitas outras variáveis envolvidas na resolução física do livro. Em palavras mais claras, produzir graficamente significa fazer uma ideia de livro se tornar um objeto, e que essa peça pareça e se sinta bem. Há livros com sistemas de encadernação abertos, com dobras, com desdobráveis, com papéis diversos, com muitas tintas, duotônicos, quadricolores, ou tintas e processos experimentais. Há tantas possibilidades para um livro quanto se possa imaginar, mas é importante entender que é no momento da produção que o projeto imaginado impacta plenamente as limitações materiais, tecnológicas e profissionais de um lugar. Produzir é traduzir de um estado ideal para um estado material. É criar uma conversa saudável entre o que o autor quer para seu livro, o que a gráfica que o produz permite e o que o livro pode sustentar. Nesse equilíbrio está a arte de produzir.

Melhor Produção Gráfica: Natureza Morta (Brasil)
Autor: Lucas Lenci
Editores: Eder Chiodetto + Fabiana Bruno
Designer: Fábio Messias
Editora: Fotô Editorial

Finalistas

1. Entangled, de Maude Arsenault, publicado pela Deadbeatclub press
2. Family Stranger, de Wiosna van Bon, publicado pela The Eriskay Connection
3. Blue House, de Giulia Iacolutti, publicado pelo Studio Faganel
4. Pétalas, de Julio Cesar Cardoso, publicado pela Lovely House Editora
5. Maré de Rio, de Andréa Bernardelli, publicado pela Fotô Editorial

Fotos por Helena Marc

SERVIÇO

FESTIVAL IMAGINÁRIA | a festa do fotolivro

De 13.07.22 a 17.07.22
No Edifício Vera | Rua Álvares Penteado, 87 | 5º andar
Centro histórico | São Paulo SP



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